Como escolas e professores podem incentivar a leitura em família?

23 de outubro de 2025


A leitura em família é um pilar fundamental para o desenvolvimento afetivo e cognitivo das crianças, fortalecendo laços e enriquecendo o universo dos pequenos. No entanto, para que esse hábito floresça, muitas vezes é necessário um impulso, uma orientação. É aí que escolas e professores entram, assumindo um papel determinante como catalisadores e guias que fazem com que a magia da leitura se instale no lar.

Ao invés de apenas focar no desempenho acadêmico individual, a instituição de ensino pode e deve atuar como uma ponte, conectando a aprendizagem da sala de aula ao aconchego do lar.

Criando a “cultura do livro viajante”

Uma das formas mais eficazes de levar o livro para o centro da rotina familiar é através de programas estruturados:

  • a sacola/caixa da leitura: o professor pode criar uma sacola ou caixa temática que viaja de casa em casa. Dentro, além do livro escolhido, pode-se incluir um caderno de registro, onde a família é incentivada a escrever ou desenhar sobre a experiência de leitura. Isso transforma o ato solitário em um projeto familiar compartilhado;
  • o “diário do leitor”: pedir aos pais que registrem, de forma simples, qual foi a parte favorita da criança, uma palavra nova que aprenderam ou uma pergunta que surgiu a partir da história. Isso não é uma tarefa para o aluno, mas sim um convite à interação dos pais.

Formação e orientação para os pais

Muitos pais desejam ler com seus filhos, mas não sabem como tornar o momento atraente ou interativo. A escola pode oferecer o suporte necessário através de:

  • oficinas de contação de histórias: organizar encontros rápidos (presenciais ou online) onde os professores demonstrem técnicas de leitura expressiva (mudança de voz, entonação, uso do corpo) e dicas sobre como escolher livros adequados para cada fase;
  • dicas práticas em comunicados: enviar boletins informativos curtos com sugestões de como transformar a leitura em diálogo: “Perguntas que Conectam” (Ex: “Se você fosse um personagem, quem seria?”) e “Como Criar um Cantinho da Leitura em Casa”.

A leitura como vínculo afetivo, não tarefa

A chave é desassociar a leitura em casa da obrigação. O professor deve reforçar a mensagem de que o objetivo principal é o fortalecimento do vínculo e o prazer, e não a mera verificação da leitura. Logo, deve-se realizar o(a): 

  • incentivo à leitura compartilhada: sugerir que os pais leiam em voz alta para os filhos, mesmo que já saibam ler, enfatizando que esse é um momento de carinho e segurança, onde o afeto da voz cria memórias duradouras;
  • modelagem de referência: os professores podem relatar, em sala de aula, suas próprias experiências de leitura com seus filhos (ou sobrinhos/afilhado), atuando como modelos de adultos leitores e apaixonados por histórias.

Ao adotar essas estratégias, as escolas transformam o livro em uma ferramenta de união familiar. O educador se torna o mediador que ensina os pais a criar rotinas de afeto e descobertas. Dessa forma, a escola não apenas forma leitores competentes, mas também contribui ativamente para a construção de laços familiares mais sólidos e comunicativos.

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