22 de abril de 2025
A educação brasileira, com sua rica complexidade e desafios singulares, clama por uma formação continuada de professores e gestores que vá além do tradicional. Em um cenário de rápidas transformações sociais, tecnológicas e pedagógicas, a atualização constante se torna não apenas desejável, mas essencial para garantir uma educação de qualidade e equitativa para todos. Quais são, então, as tendências que moldam essa nova era da formação continuada em nosso país?
Para começar: personalização e flexibilidade
A rigidez dos modelos de formação padronizados está dando lugar a abordagens mais personalizadas e flexíveis. Reconhecendo a diversidade de experiências, necessidades e ritmos de aprendizagem dos educadores, a tendência é oferecer trilhas formativas customizáveis, com opções de horários, formatos (online, híbrido, presencial) e conteúdos que dialoguem diretamente com seus contextos de atuação e seus interesses individuais. Plataformas digitais e recursos educacionais abertos (REA) têm um papel crucial nessa personalização, oferecendo vasto material e ferramentas interativas.
Aprendizagem Baseada em Problemas e Projetos (ABP)
A formação que conecta a teoria à prática ganha força. A ABP estimula a reflexão sobre os desafios reais enfrentados no dia a dia da sala de aula e da gestão escolar, incentivando a busca por soluções inovadoras e colaborativas. Ao trabalhar em projetos concretos, professores e gestores desenvolvem habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas, trabalho em equipe e criatividade, competências fundamentais para o século XXI.
Tecnologias digitais como aliadas
A pandemia acelerou a incorporação das tecnologias digitais na educação, e na formação continuada não é diferente. O uso de plataformas de videoconferência, ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), aplicativos e ferramentas de colaboração online expande o acesso à formação, democratiza o conhecimento e permite a interação entre educadores de diferentes regiões. A formação continuada também precisa capacitar professores e gestores para o uso pedagógico eficaz dessas tecnologias, explorando seu potencial para aprimorar o ensino e a aprendizagem dos estudantes.
Foco nas competências socioemocionais
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já destaca a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais dos estudantes. Nesse sentido, a formação continuada também precisa contemplar o desenvolvimento dessas habilidades nos próprios educadores.Os alunos que conseguem compreender e gerenciar emoções, desenvolver a empatia, estabelecer relações positivas, tomar decisões responsáveis e ter autoconfiança desfrutam de um ambiente escolar saudável, sendo guiados por um processo de ensino-aprendizagem realmente exitoso.
Colaboração e aprendizagem entre pares
O isolamento não combina com a construção de conhecimento. A formação continuada que valoriza a troca de experiências, a reflexão conjunta e a aprendizagem entre pares se mostra mais eficaz e engajadora. Comunidades de prática, grupos de estudo, mentorias e a criação de redes colaborativas online e presenciais fortalecem os laços entre os educadores, promovem a inovação e o compartilhamento de boas práticas.
Formação para a inovação e a cultura digital
O mundo está em constante transformação, e a escola precisa acompanhar esse movimento. A formação continuada deve preparar professores e gestores para incorporar novas metodologias ativas, como a gamificação, a sala de aula invertida e o ensino híbrido, além de desenvolver uma cultura digital na escola, explorando as possibilidades da inteligência artificial, da realidade aumentada e de outras tecnologias emergentes de forma ética e responsável.
Avaliação formativa e impacto na prática
A avaliação da formação continuada precisa ir além da verificação da participação. É fundamental acompanhar o impacto da formação na prática pedagógica e na gestão escolar, utilizando instrumentos de avaliação formativa que permitam identificar os avanços, os desafios e as necessidades de aprimoramento. Essa abordagem garante que a formação seja relevante e contribua efetivamente para a melhoria da qualidade da educação.
Em suma, a tendência na formação continuada para professores e gestores no Brasil aponta para modelos mais dinâmicos, contextualizados e engajadores, que reconhecem a singularidade de cada educador e a complexidade do cenário educacional. Ao investir em uma formação continuada alinhada com essas tendências, o Brasil estará fortalecendo seus profissionais da educação e, consequentemente, construindo um futuro mais promissor para seus estudantes.